Que a gente sabe que ter liderança no convívio em grupo não é uma tarefa fácil, não é novidade.

Que a gente sabe que passar por um momento de crise é extremamente desafiador, também não é nada novidade.

E quando junta as duas coisas? Como fazer uma atividade complexa em um ambiente desafiador?

Quem tem interesse no tema, já deve ter assistido várias lives, vídeos, lido vários artigos sobre ele nesses dias.

Mas é aquele velho tema que “não custa nada revisar”, porque SEMPRE teremos algo novo a aprender. Por isso, elenquei abaixo 7 itens que estão fazendo a diferença no meu dia a dia e como estou aplicando:

1. Manter equilíbrio emocional

Você já deve ter ouvido esta frase no avião:

“Passageiros viajando com alguém que necessite de ajuda deverão colocar suas máscaras de oxigênio primeiro para, em seguida, auxiliá-los”.

A mesma reflexão serve nesse período: o líder que não mantiver o equilíbrio emocional nesse período, terá decisões sendo tomadas de forma frágil e gerará um efeito dominó na equipe, afinal, o líder é o grande exemplo.

2. Mostrar que sabe para onde vai

A realidade das empresas são bem diferentes, na ALLBPO temos clientes que fecharam de vez a empresa (não só devido à pandemia) e clientes que duplicaram o faturamento nesse período, e por aí vai…

A verdade é que, independente do cenário, as pessoas estão inseguras e precisam de um diálogo aberto e mais e mais transparência. Elas precisam estar num ambiente que proporcione segurança psicológica para elas, mesmo que seja um “não sabemos o que vai acontecer”.

Às vezes, essas mesmas pessoas, conseguem ajudar MUITO mais se não se sentirem “excluídas” do que está acontecendo na empresa.

3. Tomar decisões duras

Liderança humanizada é o novo estilo de liderança que muitas empresas estão se inspirando. “Ouvir a equipe”, “ser empático”, “compartilhar ideias”, são exemplos do que é uma liderança humanizada. Mas em momentos de crise, sabemos que – as vezes – a liderança no “estilo comando e controle” pode ser útil para tomar decisões ágeis e assertivas, a depender da situação e necessidade. Infelizmente, não podemos esquecer que é um momento de tomar diversas decisões duras, sejam elas cortar o laço com um fornecedor antigo, ou afastar um colaborador da empresa.

Como Engenheira de Produção, sei que temos muita “gordura” para queimar quando se fala em eficiência das empresas. Ainda vejo MUITOS processos manuais, pouca automação, retrabalho, desperdício e por aí vai.

Luiza Helena Trajano (Presidente do Conselho da Magazine Luiza) e grandes gurus falam que cortar custos, cortar equipe, não deve ser a primeira opção, afinal, como a empresa irá continuar (agora ou mais na frente) sem aquele fornecedor que é parceiro ou aquele colaborador que faz a diferença? Não devemos tomar decisões baseadas no impulso.

A grande questão é: após refletir, analisar cenários, chegar à uma conclusão, é papel do líder tomar e comunicar essas decisões duras. Dessa vez, não é possível delegar essa tarefa à outra pessoa.

4. Lembrar que as necessidades das pessoas são diferentes

Nesse tópico, gostaria de relembrar que seres humanos têm motivações, interesses e necessidades diferentes. E no trabalho em home office, isso deve ficar ainda mais evidente.

Colaboradores que precisam de uma atenção especial, outros que preferem focar sozinhos na atividade, outros que requerem uma reunião diária via vídeo conferência, dentre outros. A gestão eficaz é aquela que entende cada pessoa de forma individual.

Entender essas diferenças e trabalhar em cima delas, pode fazer um enorme impacto no desempenho da equipe.

5. Manter clima saudável

Mesmo em um período de estresse “nas alturas”, trabalhar em um ambiente agradável não deixa de aumentar a nossa produtividade. E o que mais precisamos agora é de empresas com alta produtividade e eficiência que ajudem o mundo a passar por essa grande crise.

Portanto, nós como líderes devemos encontrar forças, inspirações, pesquisar ideias, e sair do quadrado para encontrar formas de manter um clima saudável nas nossas empresas.

Um exemplo bem simples que estamos praticando na ALLBPO: usamos o Slack (aplicativo de comunicação) e abusamos dos giphys, que são animações BEM engraçadas que representam alguma situação, seja um “parabéns” ou “palminhas”. Ao invés de dizermos “que ótima ideia, parabéns”, a gente usa um giphy que representa a situação, só que de um formato bem mais divertido. Além claro, de fazer inveja aos coleguinhas quando a gente tá comendo algo gostoso em casa e sempre postamos em um canal do slack para o resto da equipe “tirar onda”.

6. Manter reuniões periódicas com a equipe

Na nossa equipe (80% composta de mulheres) a brincadeira antes (quando estávamos fisicamente juntos) era quando as mais extrovertidas chegavam querendo dar abraço, dar beijo nas mais introvertidas (brincando, claro), e vivíamos tirando onda com isso. O engraçado é que na última reunião semanal, uma das meninas – das introvertidas – comentou brincando “até eu tou com saudade de abraçar vocês”.

O que estou querendo dizer com essa história toda: estamos mais carentes, sim. Até ligações de telemarketing estamos atendendo com calma rsrs, porque estamos com necessidade de mais interação.

Portanto, as reuniões com toda a equipe se tornam ainda mais necessárias. É o momento de todo mundo “se ver”, nem que seja pela sala virtual, e trocar uma ideia, falar como foi a semana ou o dia, o que teve de dificuldade, o que rolou super bem na semana etc.

Se as reuniões coletivas sempre foram um momento de “todo mundo se encontrar”, não é agora que iremos deixá-las de lado, não é? Na verdade, quem sabe não precisamos até aumentar essa periodicidade?

7. Feedback com a equipe é ainda mais importante

Somos curiosos e queremos saber o que os outros pensam da gente. No ambiente de trabalho, quando a gente usa esse feedback para fazer crescer, e quem sabe até melhorar de cargo ou função, aí é que essa “curiosidade” se torna mais viva e urgente.

Trabalhar à distância é um desafio para a maior parte das empresas hoje, e diante de um cenário complexo, os colaboradores também podem ficar nervosos e tensos com “o que será que fulano está pensando de mim”?

Portanto, assim como as reuniões, os feedbacks (sejam individuais ou coletivos) se tornam necessários para melhorar a performance, manter um bom clima e deixar a relação transparente.

Como falei no início, se fosse fácil, teríamos uma legião de líderes inspiradores para lembrar. Mas, infelizmente o que vemos, é uma escassez de líderes competentes no nosso país hoje em dia.

Que possamos estudar mais sobre liderança e reconhecer o grande papel que o líder assume na sociedade.

Se um dia foram os nossos pais quando crianças, os nossos professores quando na escola, hoje no mercado de trabalho, são os líderes que podem e irão conduzir e puxar o Brasil para o futuro – incerto – que nos aguarda.

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Por Alê Guedes – CEO ALLBPO