Sabemos que o ato de misturar Pessoa Física com Pessoa Jurídica não é lá algo difícil de ser identificado. Infelizmente, é um comportamento super comum em micro e pequenas empresas. O que pode ser fatal para os negócios e por isto deve ser evitada.
Uma das principais regras de finanças empresariais é justamente a separação das contas da “pessoa física” e da “pessoa jurídica”. E não é por acaso! A maior parte dos negócios que fecham por problemas financeiros não seguem esta regra.
O que você verá neste post:
Os três erros comuns que ocasionam a mistura entre PF e PJ
1. Não ter tempo para manter a rotina financeira
2. Imaginar que é tudo o mesmo dinheiro, e dessa forma não terá nenhum problema
3. Fazer uso do dinheiro em espécie da empresa
Quais passos devo seguir para separar a pessoa física da pessoa jurídica?
1. Mantenha um controle financeiro
2. Defina o pro-labore dos sócios
3. Não utilize o caixa da empresa para pagar as suas contas pessoais
4. Utilize contas bancárias separadas
5. Mude a titularidade das contas empresariais
Reconhecemos o quanto é difícil o empreendedor dar conta da gestão do seu negócio, por isso essa mistura nem sempre é observada (as vezes até é, mas não é vista como algo nocivo) e nem corrigida, justamente porque o financeiro não é acompanhado de perto. O empresário não tem nem ideia do tamanho do problema e a vida toca como se tudo estivesse dentro da normalidade. E é aí que o problema vai se encorpando.
Seguindo esse comportamento os impactos negativos serão incalculáveis. Vou te listar alguns:
- Não é possível fazer uma análise financeira de qualidade e muito menos ainda uma projeção financeira adequada;
- Planejamento financeiro se torna algo impossível;
- Meta de lucro? Nem se anime;
- Análise de indicadores confiáveis? Muito menos;
- Você terá dificuldades em analisar relatórios;
- Dificuldade para conseguir financiamentos bancários
A lista é grande. Mas vou finalizá-la por aqui!
Seus efeitos são ainda piores quando não se há nenhum controle financeiro que indique essa situação, trazendo outros riscos para a empresa, como problemas fiscais e ainda “descaracterização da personalidade jurídica”.
E aí você pode se perguntar: Mas o que eu estou fazendo que está causando toda essa bagunça? Vou citar 3 erros bastante comuns.
Os três erros comuns que ocasionam a mistura de Pessoa Física com Pessoa Jurídica
1. Não ter tempo para manter a rotina financeira
É fato que nas micro e pequenas empresas a vida do empreendedor é multitarefada. Pelo porte do negócio é corriqueiro que uma pessoa realize mais de uma função e, muitas vezes, essa pessoa é o próprio dono. Ele é a pessoa de compras, é a pessoa do setor comercial, é quem prepara orçamentos, é muitas vezes quem realiza o serviço final ou quem está na produção do produto que oferece ao público, é quem realiza as cobranças e muitas outras tarefas.
A rotina financeira e a administração do negócio acabam ficando em último lugar na lista das prioridades. E com um tempo todas essas pendencias administrativas/financeiras vão se acumulando e vai se perdendo o controle, ficando cada vez mais difícil e desanimador ter que organizar. Com tudo isso, o controle financeiro acaba não acontecendo e, consequentemente, os problemas existentes não são observados. Repetindo o que falei mais no início: a vida toca como se tudo estivesse dentro da normalidade.
2. Imaginar que é tudo o mesmo dinheiro, e dessa forma não terá nenhum problema:
O dinheiro que lhe sustenta e sustenta a sua família vem da sua empresa, correto? – Sim.
Mas o dinheiro da sua empresa não é seu dinheiro. Trocando em miúdos: A empresa tem suas despesas fixas e variáveis a serem honradas (assim como você tem as suas), e essas despesas precisam estar muito bem estruturadas e não só isso, devem ser muito bem analisadas. Apenas uma parte do dinheiro que entra será seu, o seu pró-labore assume esse papel.
Por isso você não pode, nem deve, pagar as suas despesas nem da sua família através do dinheiro da empresa. Se isso for mantido, em algum momento alguém vai quebrar: você ou a sua empresa, ou até os dois!
3. Fazer uso do dinheiro em espécie da empresa:
Dinheiro não deixa rastro. Já escutou essa frase? Pois é. E o fato dele não deixar rastro, afeta diretamente o seu controle financeiro. Não permita que o fato de você está com o dinheiro da empresa no bolso lhe induza a usa-lo. Precisa de pagar alguma conta da empresa ou comprar algo? Passe no cartão corporativo. Quando você usa o dinheiro vivo, é muito mais difícil manter uma organização. Se você não anotar no exato momento em que gastou, corre o risco de mais adiante você não saber “onde o dinheiro foi parar”. Isto te soa familiar?
Agora imagino que você esteja pensando: “Ok, entendi. Então quais passos devo seguir para separar a pessoa física da pessoa jurídica?”
Quais passos devo seguir para separar a pessoa física da pessoa jurídica?
1. Mantenha um controle financeiro
Um controle financeiro oriundo de um fluxo de caixa bem projetado e atualizado diariamente, é um dos grandes segredos! Fluxo de caixa é um “Raio X” em tempo real da realidade financeira da empresa, sendo primordial para aja um controle das finanças e gere embasamento seguro para tomada de decisão. A cegueira financeira é a pior coisa que pode existir para o empreendedor. Isso prejudica os negócios e atrapalha a tomada de boas decisões.
2. Defina o pro-labore dos sócios
Mantenha pré fixado as datas do pró-labore, assim como a periodicidade dos lucros. Realizar retiradas de lucros mensalmente não é uma boa prática, isso pode ser encarado como pagamento de trabalho, disfarçado de lucro. E não é assim. Além disso, defina se esse lucro será retirado de forma trimestral, semestral ou anual, conforme deve estar no contrato social.
3. Não utilize o caixa da empresa para pagar as suas contas pessoais
A ideia é que você não misture as contas, mas pode ocorrer em uma emergência ou em uma situação não prevista. Caso aconteça, esse valor deve ser classificado como retirada de sócios. Isso permitirá ter visibilidade do que de fato é despesa da empresa e o que é retirada do sócio. O impacto é direto nos resultados da empresa e, caso seja mal classificado, pode estar mascarando um problema futuro.
Fazendo essa classificação adequada, acabará a sensação de que o sócio nada retira da empresa e a empresa não produz lucro suficiente. Ok?
4. Utilize contas bancárias separadas
Sabemos que é comum o empreendedor utiliza a sua própria conta pessoal para iniciar a empresa. No começo é tudo muito novo e pequeno e você até nem enxerga a importância de ter uma conta só para a empresa, muito embora as movimentações sejam pequenas. Mas esse é um ato muito nocivo para a saúde da empresa, ele é mais um dos que mascará a sua realidade e provavelmente implicará em problemas no futuro. Então, se você realmente quer dar um fim nisso, terá que ter uma conta para a empresa e outra diferente para você.
O custo de uma conta bancária para pessoa jurídica não pode mais ser impeditivo para isso. Hoje o mercado oferece diversas soluções mais em conta que podem ser aderidas, e isso será primordial para o crescimento do seu negócio.
5. Mude a titularidade das contas empresariais
Outro ponto importantíssimo: solicite um cartão de crédito corporativo para as pequenas despesas, como estacionamentos, combustíveis, pequenas compras. Assim nunca mais utilize seu cartão pessoal.
Além disso, é mudar a titularidade das contas de luz, água, telefone, internet para o nome da empresa. É ela que utiliza, então ela deve gerar receita para pagar essas despesas.
Conclusão
Gerir uma empresa não é tão simples nem glamouroso como pode parecer. É muito difícil e as vezes negligenciamos algumas boas práticas. Entre elas, a separação das contas da pessoa física da pessoa jurídica. Sem isso pode existir a percepção que a empresa não gera lucros e que o sócio não recebe rendimentos.
Além disso, vários problemas podem surgir e atrapalhar o crescimento da empresa. O ideal é que se defina entre os sócios os rendimentos que podem ser pró-labores, lucros ou aluguéis.
Separar as contas também não é difícil, mas pra isso é preciso ter disciplina e criar contas bancárias separadas, mudar o nome das titularidades, definir um processo de pagamento de sócios e classificar corretamente despesas.
Não se esqueça de fazer o essencial: controle fluxo de caixa e de ter sempre ferramentas e pessoas essenciais para ajudar no crescimento do seu negócio.
Para complementar o raciocínio, assista abaixo um vídeo da nossa CEO Alessandra, onde ela explica porque ter um financeiro estruturado e quais os benefícios ele pode te proporcionar! E lembre-se: um passo essencial para que você tenha um financeiro estruturado é saber separar a pessoa física da pessoa jurídica.
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Por Roberta Guedes – Account ALLBPO
Excelentes informações, nos abre a mente, gostei!!!